Hoje, dia 23 de junho, 20 anos sem Rillo

APARÍCIO SILVA RILLO
Por IGTF



Apparício Silva Rillo, poeta, cancionista, folclorista nasceu em Porto Alegre no dia 8 de agosto de 1931 e faleceu em São Borja, 23 de junho de 1995. Publicou artigos e ensaios na imprensa, livros de contos e de poesia, peças de teatro e canções. Foi membro da Academia Rio-grandense de Letras e da Academia da Estância da Poesia Crioula. 

Em 1962, fundou o Grupo Amador de Arte "Os Angüeras", referência da música regional gaúcha, sendo o primeiro grupo a se apresentar na primeira edição da Califórnia da Canção Nativa, em 1971, o maior festival de música do Rio grande do Sul. Em 1979 junto à sede do Grupo organizou o Museu Ergológico da Estância, um dos únicos do Brasil. Foi um dos fundadores do Festival de Músicas para o Carnaval da cidade de São Borja em 1967. A partir de 1995, com sua morte, o festival passou a receber o seu nome em sua homenagem, passando a se chamar Festival de Músicas Para o Carnaval Apparício Silva Rillo que acontece anualmente e conta com competições de marchas e sambas para o carnaval da região da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Deixou vasta obra entre poesias, prosa, canções, peças de teatro, novelas, teses, monografias, antologias, folclore e história. Pode–se destacar: Cantigas do tempo velho (1959), Viola de canto largo (1979), Pago Vago (1981), Doze mil rapaduras & outros poemas (1984), Rapa de tacho (1984) na área da literatura; e canções com vários parceiros como Mário Barbará (Era uma vez; Colorada; Roda canto), Luiz Carlos Borges (Noites, penas e guitarra; Vidro dos olhos; Caminhos; Redomona) entre muitos. 

Alguns depoimentos sobre a importância de seu legado:

Rillo foi o poeta que esmiuçou a vida do Sul, com os detalhes de um ourives talentoso, mas também retirou as viseiras do verso pampiano e deu-lhe a complexidade universal dos clássicos americanos. (Tau Golin)

A memória não é linear, nem simples – ela é exatamente como a vida, porque é uma parte da vida: uma e outra vão sendo feitas e refeitas, tramadas e costuradas, gastas e repostas, num processo que pode tomar o tempo de todos os tempos e sempre terá valor e interesse, quando se trata de gente que vale a pena, como certamente é o caso de Aparício Silva Rillo. (Luis Augusto Fischer)
Tudo o que já foi estudado anteriormente sobre a obra de Aparício Silva Rillo é apenas a ponta do iceberg de um Patrimônio Cultural incalculável e incomparável. O poeta de bombachas que transitava pelo universo, legou à posteridade uma sumarenta bibliografia, sem contar com décadas de publicações em jornais, discos e revistas. (Rodrigo Bauer)

Homem de sua época, na qual a sua condição humana se dispersava para grandes encontros, Rillo, o escritor, foi um produto do silêncio essencial – silêncio de noites de vigília, de dias claros, de rios profundos, de solidões minerais; silêncio que sorvia como se fosse a si mesmo, em momentos de estelar claridade e de escuridão de pedra, em cujos desvãos era apenas o ser a sós com a Poesia, em estado de choque e ascensão; (Fernando O’Donnell)

Velhos remansos já mapeados e novas corredeiras insuspeitas. Distintamente daquele preconizado pelo grego Heráclito – não se entra no mesmo rio duas vezes -, Rillo ainda é o mesmo – verbo e barro, água e verso. Mas, é sempre outro também, novo, arejado, orvalho que se revigora a cada estação. Agora estou molhado: lágrima ou naufrágio? Estou mergulhado. Estamos. Estaremos sempre, como um dardo no silêncio, a navegar no rio chamado Rillo. (Vinícius Brum)

Hoje, dia 23 de junho, completam-se 20 anos de seu falecimento. Pela importância fundamental de sua obra, acreditamos que se deva marcar esse acontecimento através do nosso reconhecimento e da nossa reverência.

Hoje, dia 23 de junho, 20 anos sem Rillo Hoje, dia 23 de junho, 20 anos sem Rillo Reviewed by Unknown on junho 23, 2015 Rating: 5

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